Quando você vai a uma
fruteira, por exemplo, e compra aqueles pacotes fechados de maçãs, e depois
quando chega em casa encontra algumas maçãs podres bem no meio do pacote,
escondidas entre as outras frutas, você pode achar inicialmente que foi mais uma
vítima de um ser ardiloso, mas passados alguns meses perceberá que a tal
fruteira fechou ou mudou de dono, porque simplesmente o tal esperto faliu. Mas
porque faliu? Obviamente porque você e a grande maioria de outras vítimas
deixaram de comprar lá.
O falso esperto sempre
parece esquecer que cada cliente conquistado pode trazer junto com ele um
potencial novo cliente (mãe, vizinha, cunhado, amigo. etc) para conhecer o seu
negócio. Por outro lado, para cada cliente enganado são pelo menos dez prováveis
clientes perdidos, que sem nem terem pisado os pés no seu estabelecimento vão
querer distância dele.
É a tal propaganda do boca
em boca, que se espalha de forma sazonal e passa a rasteira em qualquer
aspirante a falso esperto. A prática do boca em boca é tão boa que os governos
em geral até já absorveram esta ideia e a transformaram em boca de urna,
espalhando aos quatro ventos as preferências do eleitor, mesmo antes dele votar,
atraindo ou afastando as chances deste ou daquele candidato. Mas lembrem-se,
esta técnica não cria nada do nada (ou será que cria?), apenas intensifica uma
tendência já existente.
O falso esperto se
prolifera em todas as áreas da sociedade. E o que é pior, seus maus atos acabam
servindo de exemplo e até justificativa para que novos aspirantes a falsos
espertos entrem nesta mediocridade. Tem o caso daquelas pessoas que trabalham
como se fossem o pior tipo de funcionário da máquina pública (simplesmente
porque acham que podem fazer isso), onde seu produto é o mesmo que aquele
encontrado na privada (literalmente falando). Porém, em um belo dia de sol com
poucas nuvens, elas acabam perdendo o emprego e ainda se acham
injustiçadas.
Temos vários tipos de
falsos espertos se espraiando entre nós, como no caso do coitadinho de mim, que
parece estar sempre na pior, agindo como se o mundo todo estivesse com raiva
dele, evitando ele, conspirando contra ele, cuspindo na sua cabeça coisas
impublicáveis, através das pombas que voam ao seu redor. Tudo que dá errado em
sua vida é por culpa de forças maiores do que ele, se ele for jogador de futebol
e não conseguir fazer gol de letra vai dizer que a vida cruel fez dele um
analfabeto campal e por isso errou o gol. Cada choradeira parece sugar a energia
positiva daqueles que estão em sua volta, pois sua eterna atitude de pobre
coitado faz dele um vampiro em busca de solidariedade para se dar bem à custa
dos outros, e com isso ele vai afastando as pessoas, que acabam se irritando com
este tipo de atitude parasitária.
O Falso esperto bom de papo
é um dos piores. Ele deixa qualquer um zonzo com seus nhem-nhem-nhem (você não
sabe o que é nhem-nhem-nhem? É o mesmo que blá-blá-blá). Este tipo de falso
esperto sabe tudo, conhece tudo, entende tudo. Seu discurso sempre é carregado
de “eu”, “Eu”, “EU”. Ele diz coisas do tipo: “porque eu já tinha pensado nisso”,
“Eu conquistei aquilo”, “EU sou o melhor naquilo outro”. O cara só não acha que
é um Deus, porque o Deus bíblico fez em seis dias o que ele faria em apenas
dois, e com uma das mãos nas costas. Ele vai pegando carona descaradamente no
trabalho dos outros e apresentando como sendo seu, conseguindo às vezes se
promover um pouco com isso, até chegar um ponto aonde ninguém mais vai lhe dar
créditos, oportunidades ou mesmo querer trabalhar com
ele.
Enfim, são tantos os
tipos de falsos espertos que apenas um texto é pouco para descrevê-los (temos
até o falso esperto “canguru perneta” de quem eu falo em outra hora). O falso
esperto é uma faceta de nós mesmos que deveria estar sempre devidamente guardada
e bem trancada em nosso âmago, mas que infelizmente pode aflorar em qualquer um,
a qualquer momento, transformando uma essência humana de requintado vinho, em
azedo vinagre. O falso esperto virou até lei, a lei de Gérson (“gosto de levar
vantagem em tudo, certo?”). Mas volto a lembrar que o pior dano que um falso
esperto pode causar é nele mesmo, pois é sempre um candidato a esperto
falsificado que acaba sendo enganado no golpe do bilhete
premiado.
FILMES
NO YOUTUBE: Produzi dois filmes e postei no Youtube, se quiser assisti-los e
quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é
seu aniversário” ou “Livro Maldito”, ou através dos
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gostar dos filmes e tiver conta no Youtube, peço que clique em “gostei” me
ajudando assim a divulgá-los.
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