segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fechei os olhos para ver o apagão

(Autor: Antonio Brás Constante)
Apagão é um assunto que geralmente nos deixa no escuro, sem saber o que está acontecendo, mas logo acaba sendo apagado de nossas lembranças. As explicações sobre os motivos ficam obscurecidas por inúmeras hipóteses mal fundamentadas, e sentimos uma falta de energia geral das autoridades para tratar ou mesmo apurar o assunto (eu mesmo precisei de um empurrãozinho da jovem leitora Letícia Castro de SP, para discorrer sobre este tema. Pensei até em escrever à noite, com as luzes apagadas, para entrar no clima e me inspirar).
No jogo de empura-empura atrás de culpados, muitos costumam pagar pra ver, mesmo que isso custe caro para quem recebe a conta. Ruim mesmo é quando percebemos que somos nós que pagamos, e mesmo assim não conseguimos ver coisa alguma.
O que chama atenção é quando comparamos situações, por exemplo, como no caso da enfermeira que intoxicou onze recém-nascidos aqui em Canoas. Algo monstruoso, direto, insano. O culpado aparentemente está ali. Seu ato atroz facilmente percebido como um ato atroz. No caso de um apagão geral, a quantidade de vítimas é incrivelmente maior, mas parece chocar menos. Os diversos fatos se perdem em um vagalhão de acontecimentos de maior e menor importância. Mas esteja certo de que algumas pessoas presumivelmente morreram (direta ou indiretamente) em decorrência da falta de energia. Outras se acidentaram, outras se tornaram alvos fáceis para meliantes, etc.
O pior é que as causas do apagão são frutos de um efeito dominó de descaso, sobre as necessidades energéticas de toda uma nação (cada vez maior e mais consumista). Apagões de energia, assim como epidemias, e alguns outros tipos de crise, não respeitam governos militares, neoliberais ou populares, justamente porque os governos não respeitam sua periculosidade, não as tratando como prioridades.
Muito bandido que mata hoje, provavelmente já matava em outros governos, assim como não é de agora que muitos políticos enchem os bolsos de seus paletós de grife, feitos sob medida para embolsar dinheiro público. Por que com a crise energética seria diferente? O que falta é energia para se criar medidas que possam resolver estes problemas. A propósito, sabe como acabar com o burburinho sobre o apagão? É fácil, basta começar um novo BBB que no máximo em dois paredões ninguém mais vai lembrar de nada.
As pessoas fecham os olhos para não ver o apagão. Elas fecham as portas para não ver a violência e fecham a cara para não parecerem vulneráveis e serem enganadas. A principal energia que anda faltando no mundo não é elétrica e sim humanitária. Cada vez mais vejo gente apagando valores éticos de suas vidas, ou vivendo na escuridão de seus medos.
Somente espero que desta vez a solução não seja a mesma de 2001 e 2002, no então governo de FHC, quando resolveram combater o problema de falta de energia com racionamentos, e conclamando a população para economizar energia, o que aconteceu depois? Aumentaram as taxas de luz, já que, possivelmente, a referida economia prejudicou o faturamento das companhias de energia elétrica.
Enfim, com tantas alternativas energéticas que temos a disposição hoje em dia, somente espero que governo e oposição usem sua imensa força não apenas para achar culpados ou desculpas, mas para resolver de forma iluminada e eficiente esta situação. Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior paralítico (ou político?), fatalmente, é aquele que não quer agir, prevenir, resolver.
PERGUNTA: O que é, o que é, que ninguém consegue ver quando acontece? APAGÃO NOTURNO.

SUGESTÃO DE PRESENTE DE NATAL E AMIGO SECRETO: presenteie quem você ama, gosta, acha legal, ou que você tenha simplesmente tirado no amigo secreto da empresa com meu singelo livro: “Hoje é seu aniversário – Prepare-se” e faça DUAS pessoas felizes: a pessoa que recebeu o livro e eu (é claro), que estarei divulgando minha obra e ainda ganhando um troquinho com seu gesto. Não sabe onde adquirir o livro? Nas livrarias SARAIVA espalhadas por todo Brasil, na livrarias Cameron dos Shoppings da grande Porto Alegre ou no site da Editora AGE.

abrasc@terra.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Convite (humorizado?) para Feira de Livro

O ser humano parece ter uma certa fixação por feiras, talvez por isso uma grande parte dos dias da semana terminem com “feira”. A humanidade Já inventou a feira do peixe, a feira dos calçados, a feira do material escolar e assim por diante. Dizem até que criaram a feira da mentira, mas ninguém acreditou.

 

Entre as muitas feiras existentes, uma que se destaca é a feira do livro. Por sinal, está começando a feira do livro de Porto Alegre, um dos maiores eventos literários do Brasil. Será uma feira repleta de autores consagrados, best Sellers dos mais variados tipos, e em meio a tantos autores e livros, haverá a presença quase despercebida de um humilde e eterno aprendiz de escritor, que no próximo dia 7 de novembro estará autografando o livro: “Hoje é seu aniversário – Prepare-se”, a partir das 17:30 hs.

 

Gostaria de avisar a todos aqueles que pretendem prestigiar a feira e de quebra adquirir minha obra (da qual foram produzidos apenas mil exemplares), que está sendo previsto um público de aproximadamente um milhão de pessoas, e no acaso de cada pessoa resolver comprar uns dois exemplares (resolvi ser realista, pois inicialmente estava calculando que cada pessoa compraria cinco exemplares de meu livro), provavelmente faltarão livros e até mesmo florestas para produzi-los.

 

Visando atrair o público através de outras novidades, é bem provável que eu também coloque à disposição dos meus quatro fãs (minhas duas tias de Tucurui, meu alter ego e um sujeito que me confundiu com um clone do L.F. Verissímo) e das demais pessoas ali presentes, pequenos pedaços da minha camiseta da sorte, ao preço de R$ 5,00 cada pedaço. Se as estrelas famosas fazem isso até com as fraldas de seus filhos e dá certo, acho que não haverá mal algum em imitá-las. A camiseta foi utilizada nos principais momentos da criação de minha obra literária, ou seja, usava-a para dormir, um ápice criativo onde minha imaginação voava ao sabor sonoro de meus roncos.

 

Já foram encomendadas umas duzentas camisetas para suprir a possível demanda de pessoas procurando pelos pedaços do referido vestuário. Por isso insisto que vocês comprem o tal pedacinho de pano, visto que não paguei meu fornecer ainda, e o primo dele faz parte da chamada máfia siciliana, que já me ameaçou dizendo que caso eu não cumpra com o pagamento, serei envenenado, esfaqueado, tomarei dois tiros na testa, terei minhas pernas presas a um bloco de cimento e serei atirado no fundo do rio dos sinos. Meu maior temor reside no fato do rio dos sinos andar tão poluído, que corro o risco de morrer se ficar muito tempo exposto as suas águas pútridas.

 

Enfim, todo este amontoado de abobrinhas escritas e utilizadas como enchimento textual de lingüiça (sinceramente peço desculpas, mas sou do tipo que perde o senso da realidade e do ridículo, mas não perde a piada, ou sejá lá o nome que se dá a um texto como este), foram feitos com o intuito de chamar sua atenção para a feira do livro e quem sabe assim atraí-lo para este evento memorável, que nos conduz aos braços dos livros que se mesclam as nossas vidas, eternizando-se em nossas lembranças.